Rubiaceae

Rustia gracilis K.Schum.

EN

EOO:

104.976,726 Km2

AOO:

52,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie foi registrada em: MINAS GERAIS, município de Arceburgo (Heringer, 7681); ESPIRITO SANTO, municípios de Alfredo Chaves (Folli, 6865), Cariacica (Forzza, 5056); RIO DE JANEIRO, municípios de Angra dos Reis (Oliveira et al., s.n.), Casimiro de Abreu (Silva, 260), Guapimirim (Sylvestre, 797), Magé (Glaziou, 14893), Nova Iguaçú (Pereira-Moura, 597), Petrópolis (Frazão, s.n.), Teresópolis (Riedel, 424) e Rio de Janeiro (Pereira-Moura, 597). Foi registrada entre 200 e 600 m de altitude (Delprete, 1999; Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Critério: B2ab(ii,iii,iv)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore de até 7 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Florestas Ombrófilas Densas associadas a Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Apresenta AOO=52 km², estrita relação com habitat florestal úmido, que encontra-se severamente fragmentado, e ocorrência infrequente. A Mata Atlântica está atualmente muito alterada e reduzida a cerca de 8% de sua extensão original (SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018). O estado do Rio de Janeiro, área central de sua distribuição, resguarda 20% de vegetação original (SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018) e conta com a presença de ameaças severas, como expansão urbana acelerada (SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018; Mallet-Rodrigues et al., 2007; Fernandes et al., 1999), desmatamento das baixadas e encostas (Serra dos Órgãos, Pedra Branca) para atividades agropecuárias de variadas escalas (Carvalho et al., 2006; Kurtz, 2000) e incêndios frequentes (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014). Mesmo ocorrendo dentro dos limites de Unidades de Conservação, a espécie é restrita à formações florestais fragmentadas, de ocorrência ocasional e sob intensa pressão antrópica, particularmente na extremidade interiorana de sua distribuição (última coleta realizada em 1960, cerca de 5% de remanescentes florestais em Arceburgo, Minas Gerais) e no entorno e interior das Unidades em que foi registrada. Infere-se declínio contínuo em AOO, extensão e qualidade do habitat e no número de subpopulações. Assim, considera-se R. gracilis Em Perigo (EN) de extinção. Sugere-se a condução de estudos demográficos e a inclusão da espécie em Planos de Ação, além de ampliação da efetividade das Unidades de Conservação em que ocorre.

Último avistamento: 2015
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Martius, C.F.P. von & auct. suc. (eds.), Fl. bras., 6(6): 263, 1889.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não se conhece potencial valor econômico para R. gracilis.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais disponíveis. Entretanto, M. Gomes (com. pess.) reporta ocorrência ocasional para o táxon.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: unkown
Luminosidade: mesophytic, heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvore terrestre, de 4-7 m de altura, foi registrada em Florestas Ombrófilas Densas associadas ao Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Parece ocupar áreas baixas bem úmidas, ao longo de matas ciliares (M. Gomes, com. pess.), preferencialmente mesofítica (M. Gomes, com. pess.) e ocasionalmente como heliófila (Vieira, 154).
Referências:
  1. Rubiaceae in Flora do Brasil 2020 em construção, 2018. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14276>. Acesso em: 06 Ago. 2018

Reprodução:

Detalhes: Foi registrada com flores em Fevereiro (Forzza, 5056) e Maio (Folli, 6865), e frutificação em Abril/ Maio (Sylvestre, 797)
Fenologia: flowering (May~May), flowering (Fev~Fev), fruiting (Apr~May)
Estratégia: unknown
Sistema: unkown

Ameaças (6):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present,future local very high
O município de Aceburgo (MG), com cerca de 16.288 ha, possui somente 4,4% de Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018). Os remanescentes se encontram reduzidos, isolados em matriz agropecuária composta principalmente por criação de gado, cultivo de cana-de-açúcar, milho, e mais recententemente, soja (Lapig, 2018).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Acesso em 06/08/2018, disponível em: http://aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas%20Gerais/Serra%20Azul%20de%20Minas
  2. Lapig, 2018. http://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em julho de 2018)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development habitat past,present,future local high
O município de Cariacica (ES), com cerca de 27.986 ha, resguarda somente 24,4% de Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018). Embora abrigue em seus limites a Reserva Biológica de Duas Bocas, onde a espécie foi registrada, a área desta não é suficientemente fiscalizada, além de sofrer impactos negativos das fazendas de pecuária próximas (desmatamento e fogo) e dos cafezais, com o uso de pesticidas agrícolas e o manejo indisciplinado dos recursos naturais (Giaretta e Fraga, 2014). A expansão urbana e populacional, pela proximidade do município de Cariacica a Vitória, capital do estado do Espírito Santo, representa pressão direta aos remanescentes florestais da região (MMA, 2018). Já o município de Alfredo Chaves, ES, com cerca de 61.579 ha, resguarda cerca de 33% de remanescentes florestais associados a Mata Atlântica (SOS Mata AtlÂntica/ INPE, 2018).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Acesso em 06/08/2018, disponível em: http://aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas%20Gerais/Serra%20Azul%20de%20Minas
  2. Giaretta, A., Fraga, C.N., 2014.Two new Eugenia species (Myrtaceae) from the Brazilian Atlantic forest. Phytotaxa 163 (2): 113–120.
  3. MMA (Ministério do Meio Ambiente), 2018. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação - CNUC: Reserva Biológica de Duas Bocas (ES). Relatório Parametrizado - Unidade de Conservação. http://sistemas.mma.gov.br/cnuc/index.php?ido=relatorioparametrizado.exibeRelatorio&relatorioPadrao=true&idUc=1667 (acesso em 22 Julho 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional high
As florestas de Petrópolis e da Serra da Estrela, situada no município de Magé, possuem de vegetação natural remanescente respectivamente 32% e 36% da área original (SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018). O desmatamento é um processo que vem se acentuando ao longo das margens dos rios do município de Magé, para construções de residências de baixa renda, de maneira irregular (Sachetto, 2012).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Acesso em 06/08/2018, disponível em: http://aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas%20Gerais/Serra%20Azul%20de%20Minas
  2. Sachetto, J.R., 2012. Análise da qualidade ambiental do rio Roncador , Magé - RJ Rio de Janeiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional very high
No Rio de Janeiro, a expansão da área urbana formal e informal sobre os maciços da Tijuca, Pedra Branca e Mendanha constituíram o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalam-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos e cadeias montanhosas (Fernandes et al., 1999). O crescimento da ocupação humana é uma das principais ameaças à parte baixa da Serra dos Órgãos (Mallet-Rodrigues, et al., 2007). O crescimento imobiliário é um dos principais problemas que afetam também a Serra de Macaé, localizada entre os municípios de Nova Friburgo, Casimiro de Abreu e Trajano de Moraes, gerando desmatamento dos remanescentes da Mata Atlântica (Marçal e Luz, 2000).
Referências:
  1. Fernandes, M. do C., Lagüéns, J.V.M., Netto, A.L.C. 1999. O Processo de Ocupação por Favelas e sua Relação com os Eventos de Deslizamentos no Maciço da Tijuca/RJ. Anuário do Inst. Geociências - UFRJ 22, 45–59.
  2. Mallet-Rodrigues, F., Parrini, R., Pacheco, J. F., 2007. Birds of the Serra dos Órgãos , State of Rio de Janeiro , Southeastern Brazil : a review. Revista Brasileira de Ornitologia, 15(1), 5–35.
  3. Marçal, M. dos S., Luz, L.M. da, 2000. Planejamento e gestão da Bacia do Rio Macaé – Litoral Norte Fluminense, com Base em Estudos Integrados de Geomorfologia e Uso do Solo. Anais. IX Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário. ABEQUA. Recife. 5 p.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat past,present,future regional very high
O Estado do Rio de Janeiro, área central de distribuição da espécie, resguarda atualmente cerca de 20% de remanescentes florestais em variados graus de perturbação e isolamento (SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018). A Estação Ecológica do Paraíso possui trechos de seu solo ocupados por matas secundárias ou ocupação agropecuária, voltados para pastagens e culturas de subsistência (Kurtz e Araújo, 2000). Áreas não urbanizadas, mas que não mais possuem as características originais de sua vegetação, são comumente utilizadas para as atividades agropastoris, tanto no interior quanto nos arredores da Reserva Biológica do Tinguá, em Nova Iguaçu (Teixeira, 2006). As Florestas Ombrófilas Densas de baixada ou de Terras Baixas (até 250 m de altitude) das proximidades foram totalmente suprimidas para dar lugar a pastagens e monoculturas, e hoje se encontram reduzidas a menos de 7% de sua cobertura original (Carvalho et al., 2006).
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica/ INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Acesso em 06/08/2018, disponível em: http://aquitemmata.org.br/#/busca/mg/Minas%20Gerais/Serra%20Azul%20de%20Minas
  2. Kurtz, B.C., Araújo, D.S.D. de, 2000. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica Estadual. Rodriguésia 51, 69–112.
  3. Teixeira, L.H. dos S., 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tnguá. Brasil.
  4. Carvalho, F.A., Nascimento, M.T., Braga, J.M.A., 2006. Composição e riqueza florística do componente arbóreo da Floresta Atlântica submontana na região de Imbaú, Município de Silva Jardim, RJ. Acta Bot. Bras. 20, 727–740
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat past,present,future regional high
O aumento da frequência de incêndios na Serra dos Órgãos e em todo o estado do Rio de Janeiro representa uma ameaça preocupante à biodiversidade, particularmente para espécies de plantas de ambientes úmidas (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014).
Referências:
  1. IBAMA, 2014. Ibama combate incêndio no Parque Nacional Serra dos Órgãos. Disponível em <http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-combate-incendio-no-parque-nacional-serra-dos-orgaos>.
  2. ICMBio, 2014. ICMBio e Ibama trabalham para conter incêndio na Serra dos Órgãos. Meio Ambiente. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/10/icmbio-e-ibama-trabalham-para-conter-incendio-na-serra-dos-orgaos>.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Reserva Biológica de Duas Bocas (Forzza, 5056), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Riedel, 424), APA Macaé de Cima (Glaziou, 19437), Parque Estadual dos Três Picos (Sylvestre, 797), Reserva Biológica do Tinguá (Pereira-Moura, 597), Parque Estadual da Pedra Branca (Peixoto, 3983), Parque Estadual da Ilha Grande (Oliveira et al., s.n.).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não se conhecem usos potenciais ou efetivos de R. gracilis.